quinta-feira, 2 de abril de 2009

Era uma vez uma pintinha


Era uma vez uma pintinha.
E era brilhante. Era uma pintinha de Amor. Ela não sabia porque tinha aparecido ali, mas acreditava que Deus sabia o que fazia e não questionava. Havia quem se aproximasse da pintinha porque gostava do calor dela, mas depois de estarem quentinhos iam-se embora brincar e a pintinha ficava a chorar sozinha. Havia quem se aproximasse da pintinha porque queria saber como é que ela brilhava assim, e também queria brilhar. Mas traziam tanta sombra que a pintinha tinha medo e fugia. Depois tentavam roubar-lhe o brilho, e ela chorava. Havia quem amasse a pintinha. De verdade. Com muita força. Mas... quem é que ama uma pintinha? Não... iam-se embora... e a pintinha ficava a chorar... e continuava ali sozinha, só ali, a brilhar. Ora chorando de saudade, ora conformando-se... ali* Então apareceram mil pintinhas coloridas pequeninas aos saltinhos! Tanta Alegria! Que Bom! Gostavam de a ver rir com cócegas. Gostavam sem nada em troca. E gostavam muito de brincar com os raios do seu brilho. E deram o seu brilho à pintinha de brilho, e ela brilhou ainda mais! E ficou mais quente que nunca! Era o Arco-Íris! A cor dos olhos dos que Viam! A Alegria enchia o ar! ................................................................................. Só que as pintinhas coloridas ficaram rijas! E depois foram-se embora para crescer. Para crescerem tortas. E longe. E a pintinha chorou, chorou, até se esvaziar, chorou, até se apagar, até ser uma cinza seca. Já não havia o arco-íris. Já não olhava o céu. Só pensava em Deus, que protegesse as suas queridas pintinhas coloridas, que já não davam saltinhos, apenas fingiam.
E elas voltaram. E pegaram nela. Mas já não havia brilho, já não havia cor. Pegaram na cinza e colocaram-na numa caixinha no seu coração, lá no fundo, Guardadinha.
Agora eram outros os seus brilhos.

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